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folhasdeluar

Poesia e outras palavras.

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Poesia e outras palavras.

Amanhã seremos melhores

As ruas aqui estão...como sempre estiveram. Nós aqui estamos...como nunca estivemos. Ah...quebradiça janela onde não expomos o nosso cansaço. O nosso arrepio de pele. A nossa surpresa. Hoje ...ninguém nos olha. Hoje não há olhos nos olhos. Esconde-se o medo. A respiração. Hoje o mundo é a margem de nós. Hoje percebemos a nossa condição. A nossa fraqueza. A nossa força. E esperamos. O raio de luz. O instante. A semente que nos irá animar. O Homem e as suas misérias. O Homem e a sua incondicional coragem. O Homem cobarde. Atroz. O Homem ingrato. Egoísta. O Homem profundo. O Homem... silêncio e espera. O medo. De respirar. De se cortar nas arestas da aragem. De contaminar. De ser contaminado. O Homem-caverna. A realidade tornou-se um véu. Os sorrisos acabaram. Bebe-se o medo em máscaras. Finalmente o entendimento. Finalmente o perceber que não dominamos os profundos mistérios da natureza. Somos fracos. Frágeis. Impotentes. Acabou a nossa lucidez. Chegou a febre do que não sabemos. Quem vive dentro de nós? Que inimigo escondemos? De que inimigo não nos podemos esconder? Finalmente percebemos que habitamos um mundo cheio de ínfimos e perigosos mundos. Finalmente percebemos que há mais pessoas. Que há outras pessoas. Que o nosso casulo obrigatório não nos trás paz. Que viver violentamente separado da vida é um absurdo. Que olhar e ver a crueza dos rostos é um absurdo. Que passar na rua e ver o outro desviar-se de nós é um absurdo. Mas descobrir que há um nivelamento social não é um absurdo. Saber que no medo todos estamos em igualdade é uma verdade. E só espero que a humanidade acorde para a geometria do caos. Que a humanidade perceba a razão primordial. Que as fachadas se alegrem. Que os labirintos se percorram. Que o mundo nos dê a sua chave. E que nós abramos a nossa vida...a uma diferente forma de agir. Sejamos disciplinados...e amanhã seremos melhores.

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