Andorinhas
O rio pergunta-me pelo destino do dia
Será que as folhas já começaram a cair na letargia das ruas?
No declive das horas o mundo continua a rebentar pelas costuras
Há aves caídas nas ruas...há passos de gente sem passeio...
E há apenas existências de pessoas que tombam na incerteza clara das horas.
O azul do céu assoma por sobre os ombros atarefados de gentes inóspitas
Os sinos rebentam como sirenes esmagadas por passos sólidos
As portas fecham-se como se ninguém soubesse
Que dentro das casas vive o caos...ou o amor...
Quem sabe ao certo que dias se escondem nas asas das garças?
Quem sabe ao certo o que os dias arrastam dentro de si?
Enquanto as penas das andorinhas...levemente...
Se acomodam às ruas silenciosas.