Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Animais de estimação

Já poucos buscam

Os caminhos lentos das paisagens

Já poucos procuram

A companhia das pedras

Já poucos se incendeiam por amor

É o vácuo...a noite suja

A vergonha reprimida

A membrana macabra

A dor anedótica

Que enfeita uma ópera negra

 

Já poucos escutam

As flores que dizem poemas à lua

E poucos se banham

No lago onde cintilam estrelas

Surdos...sois surdos e cegos

É o que vos digo

 

Surdos e bandidos de vós mesmos

Sem mercês nem piedade nas mãos

Presos a galhos e a fios negros

Marionetas com as goelas sujas

E alma com escaras...

Quero correr-vos a pontapé

Rir-me das vossas nódoas negras

Fazer do vosso crânio a minha taça

Beber por ele e brindar à razão...

Quero ser a electricidade

Que vos dá choques na carótida

Quero juntar todas as vossas abjecções

Uni-las como num colar de pérolas

E pô-las ao vosso pescoço

Como uma trela abjecta

 

Ai gentes castradas

Vermelhas de infidelidades reprimidas

Zarolhas e esventradas

Pelos punhais das angústias

Que certeiras vos apertam o coração

Libertai-vos disso...já

Tirai esse fato escuro que vos aperta

Dançai nus na rua...olhai os animais

Onde pensam vocês

Que eles escondem as vergonhas?

Onde pensam vocês que eles digerem o amor?

Não! Eles não habitam

As grutas tenebrosas dos homens

Eles são como aqueles pássaros livres

Porque os homens que não são livres

Passeiam-se pelas ruas com uma trela

Segurados pelo seu animal de estimação

2 comentários

Comentar post