Ardor...
Nos teus dois olhos residem dois mundos... segredos de um tempo corredio
Como a folha que esvoaça no frio de um dia dispensado... tardas... bem sei
Ao nosso lado vive a luz que a alma irradia... bem sei
E.... na longa frescura da solidão que nos busca... chamo-te... vens
Sentas-te na frescura da folhagem...
E eu... recolho-te como se fosses um raio de luz
E hei-de absorver-te como se fosses uma ave que plana...
Uma ave feita com as madrugadas onde não falta o sol
Envolvo-te... como se fosses a crisálida que busco na permanência das coisas...
Aquela que será a borboleta fulgurante... colorida... plena e bela...
Aquela que dispensa todos os fundamentos...
Que me segue por entre os dias sem fundo...
Aquela que saúdo como se fosse um ardor que sara todas as feridas...
E vive fulgurando em mim!