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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

As coisas da vida

As pessoas amam as coisas que lhes bastam

As pessoas amam a clareza inesgotável das coisas que não existem

As pessoas têm a clareza turva dos lagos parados no tempo

Mas não há tempo absolutamente nenhum

Não há lago absolutamente nenhum...

Não há paragem no tempo nem velocidade

É tudo tão simples...tão compacto...

Tão feito de coisas lisonjeiras e estranhas

Que tocar nas mãos de alguém ..

É como tocar num céu feito de pequenos poros cristalinos

Poros vivos e tão grandes como a pureza de uma sedosa vigília encantada

Onde esperamos que uma luz nos toque na profunda claridade dos olhos

Como se fosse algo que queremos muito...

Que esperamos muito...que tememos muito

Algo que nos faz sentir que somos tempo que se sustenta de toda a nossa alma...

Imperfeita...insegura...mas que nos basta para sermos um segundo...

E uma vida...

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