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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

As horas onde me deito

E por mim passam ecos sonhos e estranhezas

E por mim descem grandes vagas de esperança

Mas sou eu que respiro por meticulosos poros

A inclemente força de um vento

Que me traz o ardor do mar

 

Na minha face se refletem as águas de novembro

Nos meus instantes há uma prisão de desejos

No meu peito há a ressonância de um tempo

Despovoado incontido e lento

 

E para além de tudo há um baile...uma cavalgada

Um fastio que vive na minha boca de mar exposta ao vento

Que afaga a acidez das grutas

Onde o tempo se apaga..se acaba...

 

Como o vaivém de uma onda coberta de algas

Como o despedir de uma fonte misteriosa

Como uma faca que corta a lucidez dos anjos

E que me abre o peito com a alucinação plena das horas

Onde me deito...

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