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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

As nossas asas delicadas mostrarão a cor da nossa vida...

A noite desperta nos murmúrios daqueles que se erguem
Daqueles cujo chão é um bocado de penumbra...
Onde a solidão cospe as suas mágoas e a lama coalha o encanto dos rostos
Ao longe....morrem flores que reclamam futuros nas sementes caídas
Sementes que se arrastam como música que enfeita a natureza
E que vencem a solidão como homens que fugiram do seu corpo
E esticam as bocas para o futuro...enterrando o passado...e...
Preenchendo os dias com sorrisos que relampejam ao vento
Sorrisos que todos as manhãs se enroscam nos espelhos...
Sorrisos inevitavelmente breves...
E que inevitavelmente contaminam a fatalidade dos dias...


Como uma gota feita de erros...
Como uma gota que escorre de uma caveira cujos beijos acordam a carne...
Para lhes lembrar que existe uma história feita de laços...
Que nos unem como uma fatalidade...às carícias...às cores...
À beleza de um despertar apaixonado...por todas as coisas...
Por todos os erros...por todos os nascimentos...por todas as derrocadas...
Porque fatalmente todos pisaremos o mesmo tapete...
Um tapete feito de erva e terra...que nos encerrará como se fôssemos um monumento...
Ou um breve e ridículo casulo...onde a nossa alma se fecha...
Até ao dia em que seremos borboletas coloridas vagueando por nuvens e céus...
Onde as nossas asas delicadas mostrarão a cor da nossa vida...
E os trovões acordarão as luzes...e tudo em nós se iluminará...
Como um vasto campo feito de poemas que se espelha numa delicada aguarela!