As papoilas loucas
Espetei o meu coração na ponta da lança
Exibi-o perante a Beleza...que se agoniou
Comecei a andar na rua que começa à minha porta
Comecei a andar em volta de mim
Até que percebi que tinha que ir a direito.
A ninguém devo explicações?
A quem pode a minha alma recorrer?
Que seres celestiais devo adorar?
Não me basta já a injustiça?
Não me basta já o meu fardo?
Esmagado pelo peso morto dos fantasmas
Como me posso defender das risadas dos fuzis?
Que pragas devo morder com indignação?
Mas o Inverno que ri como um hiena
E rosna como uma agonia
Acha que o festim chegará na Primavera
Onde todo o sangue secará
E todo o infortúnio agonizará
Sufocado por risos... de papoilas loucas...