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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

As raízes do mundo.

O trágico veludo do destino

Canta no corpo de um pássaro

Na plenitude da luz..

 

O inverno não passa de uma intenção

Reluzindo em plena paisagem

Como uma alegórica festa incandescente.

 

Penetram fogachos de árvores pela janela

As feridas vibram numa alegria infantil

O tempo desintegra-se nessa manhã alada.

 

Que areal é esse onde os olhos

Se encontram com a espessura do mar

E os cais se somem nos barcos aflitos

Perdidos na auréola da infância?

 

Mágico retorno a um tempo que ferve no sal do mar

Mágica alma coroada pelo disfarce das luzes

Suco de radiação lunar

Lamparina fechada ao ruído das palavras

Destroço de poema escondido

No mergulho de um corvo marinho.

 

Abrem-se os sentidos ao mundo

Florescem pedras na sua própria dimensão

Nostálgicos voos de espinhos

Carne e alma atiradas ao vácuo

Palpitante céu a desabar

Sobre as raízes do mundo.

 

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