As sílabas inúteis
Ausentas-te da claridade
És a sombra crepuscular de um espelho em branco
És o pássaro ácido de austera ausência lunar
És a viagem que agoniza num cálice delirante
O teu corpo colorido ensombra os caminhos que levam aos sonhos
Mas eu já não sonho
Sou a ausência de uma claridade em sangue
Um nómada carregado de ventos em queda livre
Sou como o canto gregoriano do crepúsculo
Que hesita em fazer o gesto que se gravará no teu corpo
Mas que te procura dentro do sono aflito das sílabas inúteis...