Asas de lua
Dormem os sentimentos no aconchego dos medos
Dormem enroscados no profundo mistério da alma
Dormem vigiados pelo tempo escorrido no presságio dos dias
Como areia num retrato mágico...fingido e sereno
Como uma ancestral noite branca
Que espera o seu estio
Não há cansaço nem tempestade
Não há segredos nem tormentos
Nem presságios ancorados na magia dos olhos
Há apenas o absoluto céu estrelado
Onde se abrem os parapeitos do silêncio
Que permanecem absolutos como sinas mágicas
Ou como palavras entreabertas aos corações imóveis...parados...caídos
Enquanto as árvores cansadas das manhãs cinzentas
Escrevem com tinta negra...sobre um deserto de jade
Que a nossa alma vive ancorada
Numa angústia com asas de lua.