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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Ave de sonho

As aves mitigavam a nossa solidão...voavam dentro do nosso olhar

Como camafeus que sorviam o crepúsculo improvisado da chuva

Ás vezes nascia em nós uma fala de jardins..um flutuar de paixões...um infindável mundo

Como se a existência fosse um sonho sem realidade...

Uma metafísica de relógios sem horas..parados no sono ácido das flores

As aves rasgaram o mítico dia...numa improvisada fulguração de lume e deserto

Como se o sangue jorrasse em catedrais de galácticas manhãs

Carne de areia...pedra de chuva...esboço de compasso improvisado

No percurso dos céus vive a avidez nómada das cidades

Vive a flutuação despropositada do sono...vive o murchar interminável dos corpos

Vive a paixão ignorada dos dias...

Como o cio vulnerável dos espaços onde o tempo se gasta

E o futuro não passa de uma insuportável demora.