Bem ou mal...
Descarnadas sementes descem do olhar divino
A madrugada traz-me o instante onde o silêncio agonia
De longe em longe anémicas chagas rondam a minha alma
Disperso-me pelas alucinações do que me resta
Ausento-me do meu nome...sei o que não sou
Há uma linguagem irreal à minha volta..
sacra ou colorida por mansas espigas florescentes
Mas falta-me saber quais são os gestos frios...
O irreal...o arrependimento
Procuro acordar dentro do meu suor
A minha mão chama-me...sou o instante apologético
O defensor das feridas
O espelho florescente das árvores
Bem ou mal...
A minha agonia vai de charneca em charneca
De ausência em ausência
Até um que dia uma bala me fira o espírito
E me faça descansar
Obrigatoriamente...