Benditos todos os momentos
Bendita a terra...maldita a guerra
Benditos todos os júbilos multicolores
Bendito o céu...bendita a glória
E as carnes podres das selvagens flores
Benditas as praias e os anjos e os Navajos
Que os brancos exterminaram
Bendito o ouro...bendito o vento
E o tormento que o chão glorifica
Benditas as manhãs e as bruxas
E a imoralidade que dispensa a moral
Benditos os desfigurados e os artistas
Ensarilhados e desiludidos na solidão total
Benditas todas as vitórias e todas as mentiras
Que se acrescentam às verdades
Benditos os atirados ao chão
Benditos os que se levantam
E os que se evitam
Benditas as ideias desfiguradas
Entrelaçadas em mim e que sabem a pouco
Benditos os poderes sobrenaturais
E os antinaturais e os olivais
Benditos três vezes os anjos
Que dispenso aos que precisam
E aos que não precisam
Benditos todos os ardores
E todos os ardis que as minhas entranhas...estranham
Benditos todos os sarilhos
E os empecilhos a quem não peço perdão
Benditos todos os raptados da solidão
Benditos os que vivem dramas de algodão
Bendita a amiga mão
Que descreve a curva letal
Da estalada no próprio rosto...e o oposto
Bendito o socorro e o ar do inferno
E a paz espiritual... do animal
Bendito o catecismo e o mutilado e o danado
E... a pena capital
Benditos os que se imaginam felizes
E as actrizes e... as meretrizes
Benditos os demónios e os neurónios
E os rituais de acasalamento
Enfim...
Benditos sejam todos os momentos...
Feliz 2025