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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Bóias

Na parte supérflua de mim

Todos os gelos se derretem

Flores ausentam-se no desencanto das paisagens

Enquanto o coração constrói sombras inertes

Sonâmbulas.

 

Aqui estamos

Como circunferências floridas...doridas

Coladas às plumas dos deuses

Perdidos nas nuvens

Que afloram ao riso das gaivotas.

 

No alto confundem-se bocas e ventos

Dedos e espuma

Mas o nosso rasto aqui fica

Como um horizonte onde não cabemos

Como algas que se quebram de encontro às memórias

Como vertigens de máscaras libertas de si próprias

Como vazios de universos

Como combates perdidos

Como mortes de espanto

Como bóias que vogam sem destino

Perante a eternidade do ventre das águas.

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