Braços caídos
Ele ali está...fechado como uma concha.
Cheio de palavras...caladas
Por detrás o espelho...onde se reflectem as várias facetas de si
Na mão...um livro
Livro e espelho...ambos resumidos ao silêncio...intactos
Quietos...no som da chuva que começou a cair
Absortos...
Numa página do livro há uma folha de uma qualquer flor
Folha de flor que já não cheira...memória de outra memória que já não tem
Tampa de cela de onde a memória se desprendeu...
E partiu...mas que ainda marca aquela página.
Há também uma rosa numa jarra...e também há uma alma em cada estante
Alma submersa pelo aroma da madeira...que suspira...cansada...de ali estar.
De onde vem a distância que atravessa a vida?
Que viagem fazem os sentimentos diluídos na espera?
Somos isto e aquilo... temos o perfil da luz que se escoa pela nossa face
Desajustados...ferozes...felinos...
Sentimos a tentação pelos espaços
Embalamos a lua nos braços...
Caídos...