Caem do meu rosto pétalas cansadas....
Caem do meu rosto pétalas cansadas...
Como se nascessem de um coração com dúvidas
Tiritam imperfeitas e geladas...
Como se a ausência da mão que as rega fosse um fogo intransponível
Em que súbitos aromas terei que despertar?
Com que cardos terei que cobrir o meu corpo?
Com que mãos terei que punir a alma ?
Que delírios esquecidos terei que percorrer?
Que fumos espessos terei que atravessar?
Não sei...os beijos partem claros e ardentes...sem retorno...
As lembranças lutam contra o impenetrável aroma do teu perfume
As minhas mãos exalam o perfume do teu corpo
As horas lembram-me continuamente o vazio ausente
Mas... às vezes...subitamente....
O teu olhar aparece mascarado... fantasma..mas um fantasma de gelo
Um desses fantasmas feitos de um gelo fugitivo...
Que se derrete ao meu olhar...
Aspiro então demoradamente o ar...como um lobo delirante
Pode ser...pode ser que uma súbita chama irrompa como um géiser
E tu ...venhas sentada no cimo...acenando-me...
Caem do meu rosto pétalas cansadas....
Como se nascessem de um coração cansado...
De te imaginar!