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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Caminho pela tempestade

Caminho pela lenta tempestade da rua

Sinto uma fome impiedosa pelas coisas oníricas

Vagueio pelo vento numa órbita macia

Abro-me às folhas que cobrem os meus estilhaços

Deito-me no espaço que resta da minha alegria

Sou um silêncio sentado nos umbrais das trevas.

 

Do chão ergue-se o último canto das árvores

Em mim enrosca-se a quietude da névoa

Carrego a minha inércia

Como se me sentasse em todas as lâminas

Que se derretem no sono

 

Sou o eclipse que ondula pela vastidão das ruas

Sou um vento sem destino

Caibo em todos os momentos puros

E em todos os países

Onde a chuva cresce na face dos homens.