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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Caminhos sinuosos

Sinuosos caminhos

Cruzam-me como facas espetadas na noite

Pouso a minha mão neste fardo

Que se aconchega a mim...era eu?

Ou era um nó na garganta a gorgolejar silêncios?

Nada...basta-me o vento

A agarrar-se ao banco onde sento a solidão da tarde

A janela..os barcos...o relato das coisas simples

A seguir..vem o consolo de me desmoronar por dentro de ti

De me aproximar do mundo..de rir

De resistir a todas as gotas de veneno

Deambulo pelas desculpas

Ninguém quer saber de segredos

Nem de corpos estendidos

A prestar vassalagem ao tempo

São estas coisas que nos fazem sentir

Que somos química e astrologia

Silêncios estendidos sobre a água

Borboletas..ócios...forças que não temos

A minha mão segura aquilo em que acredito

As horas...as perdas...o filtro da urgência

Tropeço nas ratoeiras dos rios...nas vozes

Naquilo que se estende à minha frente

O mundo é uma cegueira

Um hieróglifo incapaz de explicar porque se amam os corpos

E na falta do riso

Desembarcamos em espinhosas margens

Agarrados ao voo das aves

Posso dar-te tudo o que quiseres

Todas as hipóteses de seres nome e rumo

Hei-de fazer das tuas pálpebras

O meu olhar...o meu mundo...

E tenho a imperdoável certeza de saber...

Coisa nenhuma.

 

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