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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Cansado de te imaginar

Caem do meu rosto meus pétalas cansadas

Como se nascessem

De um coração com dúvidas

Tiritam imperfeitas e geladas

Como se a ausência da mão que as rega

Fosse um fogo intransponível

 

Em que súbitos aromas terei que despertar?

Com que cardos terei que cobrir o meu corpo?

Com que mãos terei que punir a alma ?

Que delírios esquecidos terei que percorrer?

Que fumos espessos terei que atravessar?

 

Não sei...

Os beijos partem claros e ardentes

As lembranças lutam

Contra o impenetrável aroma do teu perfume

As minhas mãos exalam ainda

O perfume do teu corpo

 

As horas lembram-me continuamente

O vazio da ausência

Mas... às vezes...subitamente

O teu olhar aparece

Mascarado de fantasma

Mas um fantasma com máscara de gelo

Um desses fantasmas feitos de um gelo fugitivo

Que se derrete ao meu olhar...

 

Aspiro então demoradamente o ar

Como um lobo delirante

Pode ser...

Pode ser que uma súbita chama

Irrompa como um geiser

E tu ...venhas sentada no cimo

Acenando-me

 

Caem do meu rosto pétalas cansadas

Como se nascessem de um coração cansado

De te imaginar!