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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

CÂNTICOS#3

 

Cântico 7

Nos moinhos que já não aproveitam o vento

Vivem agora lagartos de côr azul e verde... Metálicos

Como o exílio geométrico de uma tarde em declínio...

Espelhada na vertente de um céu cerúleo.

Cântico 8

E foi assim que procurei dentro das aves o sonho perdido

O sonho que desliza pelos confins dos campos cobertos por trigos doirados

Seara de astros ondulantes que me recordavam presságios de dias prometidos

Mas agora que renasci dentro de uma madrugada...

Como se tivesse saído de um sarcófago feito de espelhos

Agora sinto as tuas mãos...

Como locais secretos onde a saudade se abandona.

Cântico 9

Vejo o lentíssimo tempo cair sobre a solene duna

Pelas vagas deslizam ilhas e pássaros galácticos

É o silêncio...o sabor a algas...a falésia fendida pela lembrança da tua voz

E neste espaço incomensurável de um tempo sem nome

Adormeço sob a pureza da libertadora voz do mar.

 

 

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