Canto-te!
As minhas palavras ficarão perdidas neste montado de sobreiros feridos...
Tal como nos rostos adormecidos... há distâncias imperturbáveis.. .corações secos
Apagados pela chuva que lentamente se esgota nas tardes sofridas das marés
E nas plantas residem os lamentos das almas... veias doces... águas feridas... chagas
Sim... sentirei a tua pele a insinuar-se dentro de um tempo que tritura as tardes
Sim... continuarei a ser a saliva impossível das cidades... a límpida solidão coralina
Escuto todos os lamentos... sei que os dias são tão iguais como sempre foram...
E sou teu... no sono enfeitado com luas prateadas... habito....
No ventre líquido da ternura...canto-te!