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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Caos

Eu sei que o caos se vai abrir em fogo

Sei que nos estretores da noite

As minhas imprecações amorosas

Se vão assustar

Sei que me crivarei de espinhos

E que perderei as penas

Que enfeitam o meu telhado

Mas nada me acalmará

Nem as minhas mãos que amassam o sol

E o transformam numa bola de gelo

Nem a vassoura

Que escondo atrás da porta para vaguear

Nem os tristes copos de cristal

Pelos quais bebo chumbo a ferver

Mas...não renegarei nada

Não me queixarei de nada

Sou o único culpado

Pela minha inocência

Sou o único culpado

De ter quebrado a minha estrela...amaldiçoada

Sou o único culpado

Por ter bebido segredos de sangue

Que me moem como bandeiras ao vento

E ter usado colarinhos

Que me couraçavam a vergonha

Que a tapavam...

Como mãos sobre lábios

Sem espaço para beijos

Mas eu quero beijos

Quero olhos...paz...luz

Quero amores festejados em lagos imensos

Quero noites solares

Quero enjoar-me de ruas e passeios

Onde os passos se precipitam

Num vai-vem ocasional

Quero que os lençóis engomados

Gemam de aflição...se incendeiem

Perante um relógio de pêndulo

Parado de estupefação

Pela da minha incandescência!

 

 

 

 

 

 

 

 

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