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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Casas de vida...

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Amava a textura das casas em ruínas. Janelas sem caixilhos a dar para o passado. Vazias. Coração aberto aos ventos Fortes paredes de granito. Ruelas estreitas. Histórias gravadas e perdidas na pedra. Vidas de punhal. Peitos sangrados. Azul de sonhos que ninguém sabe. Em cada pedra uma brutidade de sonhos. Vírgulas desencontradas. As paredes são peitos onde repousam lendas. Gemidos. Alguém viveu ali. Alguém decapitou ali os dias. Alguém sonhou com o fundo do mar. Ou com a traição da sorte. E ele cala-se. Encosta-se à parede de frente para as ruínas. Observa a decadência aflita das ruínas. A beleza que se oculta nas ruínas. Percebe que elas são a tela que resume os dias. A candeia que ateia a lonjura do passado. Escuta atentamente. Ainda se ouvem os risos das pessoas. Ainda ali estão. Perenes. Sangráticos. Líquenes a corroer as telhas do tempo. E tudo tão perfeito. Tudo tão perdido no tempo. Tudo tão simples. No alto ...os céus. A seus olhos...a incomparável primavera que cai na luz da tarde.

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