Cavalo negro.
Liberdade de ser como o penedo
Que desafia os ventos e descura o medo
E resfolega como um cavalo negro.
Liberdade de ser como a densa mata
Raiz mergulhada na fonte da palavra
Ave que voa rasa sobre a sua taça.
Liberdade de ser como o vidro na vidraça
Céu reflectido na claridade baça
Ele homem-véu seu rumo traça.
E se dentro de si procura o sossego
Se dentro de si alguma coisa carrega
É a fome de ser livre que o aconchega
E a sede de ser rio que o transporta
Pela imensa noite que o acorda
E lhe diz segredos de vacuidade
Que lhe falam sempre em seu nome
O nome da Liberdade!