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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Centopeias...

Deslizamos subtilmente pela superfície dos dias

Como centopeias... gostávamos de ter cem patas...

Mas não somos centopeias...

Temos dois braços e duas pernas

Mas como centopeias deslizamos sem deixar marca

E fechámos as ideias num horário

Esquecendo que havia um intervalo para pensar

E..imprevistos seguimos...de consciência vazia...

Somos inconsciências vazias...

Vivendo no vazio dos dias...desfeitos....segmentados...

Desfeitos em bocadinhos...

Um bocadinho de paz aqui...

Um bocadinho de amor ali...

Sem atitude nem reflexão...

Seguimos com pressa...sempre mais depressa...

Porque nos esquecemos onde fica a meta...

Essa meta que reside no esquecimento trivial

Da incapacidade para descobrir...

O nosso próprio vazio!