Céu e Terra...em comunhão! 1foto1texto
Deixámos de escutar o chão
O ocaso derrama-se pelas árvores em fogo
As mariposas levam nas asas cores assombrosas
Sente-se no ar danças devoradoras
Dias desfeitos
Dias que não cabem dentro de nós
Somos fantasmas tresmalhados
Que rasgam telhados e céus
Numa agonia de estrelas feitas de lata
Mas os homens emergem de um chão em êxtase
Ao lado de garrafas vazias
Vestem roupas de cal branca
Espelhada sobre a manha amena
Invisível manhã que se debruça na erva
Como dança de animal cansado
Esmagado sobre o horizonte nu
No porto lavam-se gaivotas
As laranjeiras antecipam as flores
Não obedecem ao tempo
Apenas se derramam em firmamentos longínquos
E nós vestidos com felpudos trajes de alucinar
Caliça de um tempo desconhecido...magro
Possuído por rumores esvoaçantes
Derramando chagas ornamentadas
Por aves apaixonadas
Voo oblíquo de finos contornos
Fronteira desapossada de horizonte
Céu e Terra...em comunhão!