Céus estrelados.
Eis que chega o momento em que quebramos. Mudamos. Afastamos o véu e percebemos o que está por detrás das coisas. Percebemos que o destino é um caco. Uma artéria terrivelmente baça. Um cabide onde depositamos a nossa alma petrificada. Sentimos a necessidade de abrir uma vala que nos separe das lágrimas. Resistir é uma estratégia. Andar descompassado... também pode ser. Depois de libertarmos de nós antigos sentimentos. De sorrirmos como quem acaba de chegar ao topo da vida. É esse o momento... em que levitamos. Mudámos. As esperanças renascem.
De alguma forma morremos todos os dias. De outra forma renascemos. Assoberbados de ilusões nunca queremos queremos ser os mesmos. Temos receios e seguimos em frente. Demoramos demasiado tempo a pedir perdão...a nós próprios. E também aos outros. Lamentamos a profundidade do mundo. Engolimos o espesso espasmo do tédio. Tomamos o pulso a um futuro baço. E...por momentos...deitamo-nos de costas e fechamos os olhos. Inventamos desejos. E embarcamos em impossíveis céus estrelados.