Chama
Já não me servia aquela chama
Que ressaltava em cada sonho desfeito
Impercetivelmente...
Foram-me caindo as folhas da surpresa
Como se eu viesse de uma lonjura desconhecida
Os dias tornaram-se numa extensão de mim
Quebrei-me como se mergulhasse num ninho desfeito
O mundo era desenhado a carvão
Negro arrepiante
Fundido-se nas plumas esparsas da noite
Até que um dia...chegaram as flores
E os corvos acordaram-me da letargia
E eu recebi nos olhos...em cheio...
A maior luz que conheci
Então...resguardei-me no voo das andorinhas
Construí a minha exaltação
Plantei orvalhos em cada teia de aranha
E liguei-me à terra como se a habitasse
Desde sempre...