Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Chegará o silêncio

Vi um tempo amargo em cada esquina

Um reluzir de sinais a engendrar vazios

Conheço os tempos insaciáveis

As rimas dos exilados e as serpentes

Agarro-me às luminosas paisagens

De repente parece que as minhas chamas se apagam

As utopias que arderam num torvelinho

São apenas esqueletos de ideais

Procuro a lógica da harmonia

O caos do corpo...o desapego das solidões

Que eu me arraste

Que eu beba as inversões das fotografias

Que torça as rimas

E que a semântica se evapore

Das águas nascerão as mãos convulsas

A delicadeza das falas maternas

E do agitar das ruínas

Nascerão vagas ferrugentas

Blocos de pedra em decomposição

É possível que algum dia as sombras se dilatem

Que as Hidras se afoguem

E que o Oráculos de Delfos se engane

Chegará o silêncio

As folhas tecerão tapetes dourados

E uma rosa será o centro do mundo

De todos os destroços

Talvez se erga um Deus desconhecido

E um soturno piar de coruja

Será a chave que abre a noite encardida

Nada restará da desordem dos átomos

O vento retardará o aroma dos sentidos

Nada chegará ao fim...tudo será princípio

Talvez vejamos o zénite da alegria

A descer numa nave de sombras

E na selva escura se revoltem as luzes das estrelas

Desagrega-se a alma

Fuzilam-se as palavras

E o que resta...

É a beleza das constelações aflitas

Por não verem homens.

 

6 comentários

Comentar post