Cheguei à vida imaginando que o meu tempo era infinito
Cheguei à vida imaginando que o meu tempo era infinito
Que os meus pés que pisavam a areia e se molhavam no espelho das praias
Eram os cúmplices que eu precisava para a viagem
Que os reflexos dos navios amavam o infinito da gaivotas
E os solstícios que vagueavam rente às ondas..eram a textura dos dias inacabados
E havia uma linha por onde a luz se escoava...um apito de vento que caía sobre as ondas
Uma planície feita de sensações e chão carregado de sinais
Espero ainda que o mar me traga a página em branco...
Que um bando de andorinhas-do-mar permaneça junto às falésias
Para eu ter a ilusão de ser feito de penas e asas..
De voar pelos recantos onde o reflexo das palavras possua a geometria da solidão
E me explique os pressentimentos do tempo...a medida inodora do silêncio
A escala da alma perante o branco caiado das paredes
É tão longa a sombra da azinheira...é tão grande um rosto sem nome
Que entre medir o tempo e viver ...há um dislate de que se agarra aos corpos
Como um olhar que olha sempre em frente..
E não vê vivalma...