Cínicas varandas
Correndo ao acaso pela minha alma...
Luz furtivamente um arrepio de sentimentos
Certezas deliciosas...angústias transparentes...horas de lividez...
Como a profunda redenção da respiração embargada.
Perante o pasmo dos olhos...
A luz do céu deixou às claras a matéria intoxicada e terrosa
Onde brilha na ponta das estrelas o envelhecimento acendido da vida
O tempo acoitou-se nos amargos e cínicos vasos das varandas
E as minhas mãos opacas...
Sentindo a luminosidade fria das trevas... engelharam-se
Escrever tornou-se um castigo...uma chama devoradora
Um trago de veneno doce
Que se fixou na minha alma como uma pregadeira de brilhantes
Que depois se inflamou como uma vela perfumada de sonhos
Que agora corre ao encontro de dolorosos apelos de prazer
Como se tivesse de responder a brados ansiosos
Que terão que esperar pela hora de serem expiados.