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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Com a sua manta feita de brisa..

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Com a sua manta feita de brisa...passa os dias suspenso no sono das imagens

Sonha com o movimento leve dos corpos..

Olhos de avelã...clandestino alicerce de si mesmo

A sua sombra distendida reflete-se nas tábuas que cobrem o soalho

No ar... o sal enebria os caminhos...e o sol recorda-se das velhas figueiras

Na distância que fica rente ao cativeiro do horizonte...as ruas apagam-se no mar

Pega neste segredo e segue pelo desconhecido...

No fim descerá ao olhar branco dos seus passos..sai do seu corpo

Sabe onde os carvalhos tecem lendas..

E onde as flores se espalham pela ironia dos jardins

Sabe que há um lugar no mundo...uma praça feita de homens sós

Um lugar esquivo...entrançado nas imagens cruéis da guerra

Não sabe bem o que procura..talvez um casario branco..talvez uma margem ou uma ave

Passa rente a todas as catástrofes..dispersa-se pelo rosto das crianças..é o verão

Percorre todas as memórias..acaba dentro de um milagre..é a noite

Ou o tardar evasivo das almas...

Conhece os cardos..refugia-se na agitação das ruas...desconhece a idade dos templos

Mas move-se..como uma memória ou um fugitivo que desembarca em Lesbos...