Como quem desabafa
Coloquei a filosofia no divã
Abri a janela...respirei fundo
Perguntei-lhe pelo seu significado
Disse-me que não percebia nada do assunto
E... se queria salvar a minha alma
Que fosse falar com um teólogo
Dos mais ortodoxos
Porque são eles que conhecem
Tudo o que avaria a cabeça dos homens
Ou então com os Humanistas...esses parvos
Que acham que os homens valem mais que o dinheiro
Ou então com os Realistas
Outros como os outros
Que pensam que a verdade é uma crença
E a crença é uma verdade
Ou com o Rei...que vive em Sintra
E conhece toda a Real genealogia das Reais Famílias
Mas...disse eu...
O que eu queria mesmo
Era que me mostrasse o que era o espírito
Galantemente respondeu-me
Que não tinha os termos próprios
Que vivia algures
Misturado com a ciência e a arte
E que as faculdades de ciências
Tinham perdido o interesse nele
Olhou-me para verificar se me envergonhara
Improvisei...voltei as costas e...de repente
Entreguei-lhe uma bandeja de prata
Para que vomitasse tudo
Tintim por tintim
Como quem desabafa!