Como quem vai só
Gravados nas mãos frias...exangues
Estão os ouvidos das sementes
Incontroláveis sementes
Que se arrastam de cansaço em cansaço
Como quem planta líquenes
Pintamos paredes...
Alimentamo-nos da tensão acumulada nas pedras
Na escotilha por onde espreitam fantasmas
Há bonança...há paredes sem tecto...há defuntos
Defuntos que dizem que temos a alma a descoberto
Que somos a fundação dos dias
Que somos grãos suspensos...ingerminados
Retiremo-nos como quem vai só
Para dentro de si.