Concha solar
Vozes antigas...margens de outras vidas
Vozes de rudes narrativas...
Entendimentos de espelhos.
Na minha pele escrevo frases
São tatuagens de dias e mergulhos
Um pé em cada margem
Um rumo em cada mão
A luz que se acende
A corda que se desprende
Do mundo que gira
Do rugido dos anéis
Da raiz que se enlaça
Do trompete que se estende
Do som do sino que ceifa a noite.
Na madeira que se dobra e se confunde
Na ilharga de quem chega a nado
A lado nenhum...a nenhum lado
Mas a voz verde do coração
Pendura-se numa concha solar
E acende-se na minha mão.