Saltar para: Post [1], Comentários [2], Pesquisa e Arquivos [3]

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Conto de Natal#4 - O banco do hospital

Na noite de Natal um velho está sentado no banco de um hospital. Na rua, o silêncio só é cortado pelas rajadas de um vento frio. Há luar e pelas janelas foscas entra essa luz leitosa. Uma luz triste como o tempo em que a doença nos visita. Vindos de uma enfermaria chegam ao velho alguns gemidos de dor. Só, aproveita o tempo para recordar quando em criança brincava correndo na rua, ou trepava às árvores. Ao mesmo tempo as camas de ferro da enfermaria fazem-lhe lembrar as campas no cemitério. O vento continua a varrer a rua. Folhas mortas voam como presságios. E dentro de si, um frio sem nome conta-lhe que já não falta muito tempo para se encontrar com a mulher que há muito partiu. Suspira. Com se fosse atravessado por um sol frio. As luzes do corredor apagam-se. A manhã chega. É dia de Natal. Ele está gelado.

4 comentários

Comentar post