Cortina...
Vejo as cortinas corridas sobre as portadas de pedra...
E não descortino o teu rosto encastrado no escuro do vento
É a partida....o inesperado...o sono que te arrasta para te proteger dos amanhãs..
São pérolas que os teus olhos ostentam...baças como noites sem imagens...
Mas de onde um fino raio de luz se escapa ...só para mim
Como algo imóvel e dorido...uma hesitação de ferida sem memória...
Que o orvalho reduz a cinzas...com promessas de luas azuis cobertas de luzes frias...
Adormeces...escondes o coração numa fonte seca...gelada
E abafas a memória da dor numa inesperada cama de algodão florido
Serás tu a primavera feita de flores estampadas num tecido de pedra?
Ou Dezembro encontrará o teu coração dentro de um sino que me chama...
Como se eu fosse um crente comestível...
Ou como se eu tivesse os olhos dignos de ti!