Dancei no ar com as rolas brancas...
Emergi do escuro como quem ocupa um espaço
Um espaço oblíquo entre os seios das silvas aguçadas
Olhei...ainda ninguém tirara os olhos da sombra do céu
E já eu descia a rampa que dá acesso aos homicídios
Vi a morte da noite...a morte do azul e de todas as cores..
Vi a curva elíptica que forma o abismo florido
Vi os prados erguerem-se contra a colina de aço
Enquanto abraçava o rumor assobiante do vento.
Obscuros clarões clamaram pelo meu nome
Mas eu não entrei no bosque....
As pedras olharam-me... caladas...de face negra e pontiaguda...
E vi o meu drama no horizonte... sem horizonte...
Doces estrelas do mar floriram num vaso de prata fina
Ergueram as flores até ao céu... e iluminaram novas estrelas...
Senti a imensa agonia dos lagos estagnados....pútridos...
Perante os olhos doces e estupefactos da Aurora...
Ergui-me então nas minhas asas de falcão...
E dancei no ar com as rolas brancas...