De mãos dadas
Conheço as emoções que cinjo ao peito
Jardim obscuro tremenda vaga
Esplendor de fantasia que transborda
Para o vento que ameaça o mar
Espuma de convés onde viajo
Quebradiço coração a expulsar desertos
Leve céu reino de paisagem onde me agarro
Corpo líquido caindo a pique dentro de mim
Não há noite nem lonjura
Não há receios na apoteose da alma
Apenas há uma busca estranha
Um constante trespassar de espuma
Um embalo maior que a madrugada
Apenas há um jardim
Que por vezes se quebra em pleno mar
Enquanto as nossas mãos dadas
Afastam o nevoeiro.