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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

De rosto voltado para a saturação do céu.

Na pálpebra penetrante dorme o azul longínquo

Margem feita de um dialecto estranho

Como um hibisco de tempo a desafiar o vazio.

 

Na planície de vento pássaros escorrem pela poeira

Rota de caravana plantada nos pés dos caminhos

Ali...uma sombra onde descansa o ventre do medo

Mais além...umas mãos sem idade .

 

É tarde...os punhos cerram-se numa palavra colossal

Dentro das mãos há uma alameda sem vontade de ver a noite

Dentro das mãos acordam várias perguntas

Como descer da varanda que dá para os dias sem idade?

Como enfeitar a pilastra de escolhos que floresce nas margens da luz?

Como beber a sombra açucarada dos destroços?

 

Na nítida noite uma sebe caminha pelo espaço branco

Avança para lá de todas as sombras... onde alguém se mostra...

Fechado... no interior de si mesmo.

 

Jardim fulminante...portão de água...muro comovente

Talude que cresce no fumo do futuro

Deixa-me enroscar nesta brisa de veludo...e...

Adormecer como uma pedra redonda

De rosto voltado para a saturação do céu.