Delicadeza...
Sonhava destilar o corpo das rosas
Só para saber se davas por isso
Só para sorrir da demência das noites
Só para saber se cantavas
Na delicadeza estrutural de uma manhã pura.
Uma suave agonia espalha-se na sombra de Deus
Uma mão ergue-se por dentro da ilusão
As ruas têm a suavidade dos sinos
A morte respira pelo sangue das lágrimas
A melancolia apodrece sobre as rutilâncias da carne
E as crianças entoam sinistros cânticos de embalar
Como se fossem flores a explodir
Nas cordas de um contrabaixo.
Que estalem as visões
Que Deus adormeça numa redoma de seiva
E nós...pobres seres fundamentais
Lavemos os sexos nas penumbras caídas da noite
O espírito dos campos ergue-se pelas colinas escarpadas
Tudo o que sei...
É que o açafrão se alimenta das papilas dos homens
E a cinza vive da infelicidade do fogo.