Delírio...
Passei por ela e só depois a reconheci...
Ela me desfez em voláteis pós de coral
Que ruíram como feridas que os abutres esgravatavam
Respirei-a sem a sentir...sem saber que fazia uma peregrinação pela dor
Nunca a avistei...fui insensível...como um vegetariano perante a carne...
Mas renasci no dia em que a queimei...em que as minhas entranhas se iluminaram
Em que a venci...mesmo sem saber qual o seu itinerário dentro do meu corpo
Que dor me possuiu?
Que dores possuíram os olhos que me viram nessa fuga de mim
Pego agora nessa noite... que essa paixão mística pela dor... me trouxe
E perscruto as memórias como quem passeia por delírios silenciosos...
Que apenas eu entendi …