Delírio
Sou o cavaleiro extenuado que galopa pelas alamedas suspirantes
Da minha carne transbordam colunas de mármore florido
Enfeitadas com repuxos que esvaziam o meu coração flagelado pelo vento
Ergo então a minha trombeta sobre os vasos de crisântemos brancos
Anunciando suspiros de sol que se espraiam em famigerados ardores felizes
Loucas doçuras lilases enfeitam as pedras que suspiram graciosas e ternas
E nos lagos dos jardins as fontes guardam os ardentes segredos
Trocados por lábios colados que ruborizam os singelos canteiros de dálias
Profundos Outonos reluzem nas ruas estilhaçadas pelos perfumes murchos
E eu inconscientemente incito o meu cavalo
Que se ergue para o céu profundo
De onde escorre uma absurda lágrima
Como se tivesse saído de uma Primavera enevoada
Ou de um suspiro vindo do mais profundo grito das ramarias
Depois...lavo as minhas impurezas no teu olhar róseo
E bebo por uma taça de ouro a delirante embriaguês do teu corpo.