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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Destinos

Sou uma gota...um rosto que bebe o mundo...como quem desembrulha uma prenda

Sou um Tempo... que não tenho...um grito deambulante pela cidade vazia....

Sei o nome das pedras...escuto o infinito...pinto-me de luzes condenadas...

Não cabe mais ninguém em mim...estou cheio como uma luz grávida...

Ou um destino que cresce em vagas sobre a saudade de um riacho...

Bosque impregnado de sombras luzidias balançando sob os plátanos...

Sou a dança de luz ...vazia ...agitando-se sobre a poeira...

Pés marcados na cinza do caminho...escuro...segredo de sombras espessas...

Rio de habitantes alados...que desconhecem o balancear dos corpos em transe...

Corpos que se desvanecem sem ruído...que se perdem na floresta inumana...

Ornamentados de escuros cetins...como cascas de árvore vestindo um espírito magro

Vogando a favor da corrente...foz de monstros...paz espezinhada na sombra do chão...

Que caminha sobre o orvalho de um Tempo...feito de histórias e embriaguês...

Obra de medos que nos carregam...como cântaros de sonhos sobre a cabeça...

Alucinados festejos...roupas rasgadas...magros meses encharcados de dúvidas...

Cuspo que engravida as mãos calosas...gastas...esparsas...

Como um lugar secreto por onde os corpos se amam e o amor escorre!

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