Dez pensamentos #2
I
Faças o fizeres,é preciso que o faças com alegria e entusiasmo. Ou serás sempre um palhaço triste fazendo pantominas no circo da vida... onde o tédio é como uma tenda de angústia acinzentando os dias que te cobrem.
II
A função do poeta é pegar no sílex das palavras e incendiar a vida...
III
Quando os dias nevoentos nos encerram numa melancolia distante... sobra-nos o tempo calmo das manhãs ternurentas...
IV
Falamos do tempo como se fosse uma coisa palpável, como se o tempo se movesse connosco e com todas as coisas, mas o tempo é apenas um eterno momento parado no presente, e é nesse presente que nós e todas as coisas envelhecem e desaparecem.
V
A essa estranha força de vontade que nos faz encontrar sentido nas coisas que não fazem sentido...chamamos Vida.
Vivemos a vida pela vida, procurando o eterno sentido das coisas, querendo alcançar o momento da descoberta do nosso mistério, agarramo-nos a essa ilusão como se fosse um refúgio onde o Tempo é apenas uma mera intenção cíclica da Vida...
VI
A ganância não se quer a si própria, quer o mundo, e possuindo-o, quer ser ela própria o mundo.
VII
Também nós somos aparências... em virtude de chegarmos e partirmos, de aparecermos e desaparecermos; e embora venhamos de parte nenhuma, viémos para tomar parte no jogo do mundo.
VIII
Viver é ser como as abelhas...saltitar de dia em dia...sugar o pólen dos sonhos...e depois construir histórias com o mel que colhemos...
IX
Falo da vida que vivi como se fosse um estranho dentro do meu corpo e porque parece que não fui eu mas um outro que a viveu,como se estivesse aqui e em outro lado e não apenas aqui onde estou.
X
Os sonhos ao realizarem-se...morrem... e é para não morrerem que os sonhos caminham sempre à frente do homem.
Enquanto que o homem para viver... corre sempre atrás dos sonhos.