Dias que usam rendas...
Dias sobre dias...
Como se as estações do ano não passassem
E os dias fossem outros.
Dias húmidos que entram pelos olhos
Dias de seda e de tapetes de ouro..pisados por pés de esmeralda
Dias que abrem fendas...no mármore rosa...
Depois de carcomidas as janelas funerárias
Que dão luz aos pardieiros...
Dias que atraem multidões de músicas cristalinas
E cujos olhos negros são fendas abertas ao eclipse solar
Dias que usam rendas... e folhos de veludo azul
Para enganar os incautos jovens
Que vivem em quartos alugados da alma
Inocentes...que vigiam das torres do engano
A neve que a avalanche vergada ao peso dos corpos
Fará despir os seios das montanhas...