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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

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A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Dias vagos

Era um dia vago. Um dia morno. Um dia em que qualquer surto de saudade poderia despontar. Um dia em que as horas morriam e as cigarras enlouqueciam. Dia de dissipação e de indispensável desalinho da alma. Quem conhece o pensamento de um dia...sabe que na ponta da vida se encavalitam tenras aves. Ideias de asfalto. Ameaças de filosofias. E principalmente o vaivém dos ramos da alma agitados por ventos astralinos. E quando os dias são pequenos orgulhos. Quando os dias são pequenas coisas que não dizemos. Quando os dias são pássaros plantados em nuvens ogivais. É quando erguemos a cabeça em direcção a qualquer promessa. Em direcção à coragem. Em direcção ao ponto em que tudo começou. E falamos do nosso lado de dentro. E falamos dos tempos em que tínhamos tempo. Do tempo das ondas do mar e das pegadas na areia. Do tempo em que atravessávamos túneis e dormíamos na orla dos ribeiros. E ríamos com a explosão da tarde. E éramos apenas fotografias de pedras descalças...em preparação para a Vida.

 

Dobrada a alma. Merecida a vida. Cada solidão é um outubro vazio. A madrugada permanece dentro dos sonhos. E cada um de nós é uma saudação e uma ameaça. E cada um de nós é uma alunagem na loucura. E cada um de nós é um verso inacabado. Ou um riso de vento. Ou um rebentamento de maré. Quando as palavras florescem...tudo ganha um cheiro a sonho.

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