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folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

folhasdeluar

A minha poesia, é a minha incompreensão das coisas.

Disputarás o ocaso das mãos...

 

Quando sentires que dentro do trigo há um itinerário de vida a desfilar pelos olhos

Quando os teus passos cautelosos se escaparem por entre os nós dos teus pés

Quando reclinares a cabeça sobre a velocidade do mundo

Quando das casas se erguerem fontes onde cantam estrelas

Disputarás o ocaso das mãos...percorrerás as ruas palmo a palmo

Serás como a magia de uma boca envolvida numa nebulosa nostálgica

Serás como uma gramática do solstício alheado das penas da dúvida

Onde irias se a luz e a brisa te saudassem com pétalas de tempo florido?

Como quebrarias essa ilusão de ser corpo e alma dentro de um saco de pano roto?

E se as dores da madeira cansada de arder em fogos alheados dos homens

Falassem ao teu vento de cântaro dorido pelo doce embalar da água

Serias a porta que se abre para a proa imensa dos rostos felizes?

Ou serias a saudação da parte de ti que se eleva perante o azul abandonado do tempo?