Do lado de fora
Desvanecem-se as raízes que nunca viram o sol
Solidificação de terra abraçada a nós
Continente desfocado...trémula vontade de viagem.
Debruçada sobre a Terra inteira
Deixo que o rio deslize
Que o mundo morra afogado num abismo aquático
E o meu corpo regresse
Silencioso como um cisne
Que passeia num lago desconhecido
Como um imperecível e lento arrependimento
Deslizando num sonolento vale
Surdos gemidos...restos de nós
Silêncios balançando sob um vestido negro
Imaginação de corpo alvar
Que se despe lentamente numa caótica dança africana
Invisíveis rostos...
Tudo atravessa o meu tempo
E eu..fico do lado de fora
Observando o meu corpo transparente
Perante o teu corpo...desnudo!